Editoriais históricos

Editorial (Edição 0). Jornal Som à Letra (2008, atualizado a 18 de setembro de 2009)

Vintage e Vanguardismo (retirado do jornal impresso com ligeiras adaptações)

         “A venda de álbuns em vinil aumentou 54.250%, enquanto o comércio de singles em vinil cresceu 1009%”, noticiava o Correio da Manhã em Agosto do ano passado ( e neste Verão voltou a reforçar esta ideia), citando dados da Associação Fonográfica Portuguesa. São percentagens animadoras ,mas , sobretudo surpreendentes.
         De facto , numa época em que a música ganha progressivamente cada vez mais desmaterialização (atente-se na elevada  quantidade de downloads efectuadas na internet) é praticamente impensável recorrer a um suporte “enorme” como é o vinil. Mas de acordo com estes dados da associação fonográfica portuguesa,  o “bolachão” está muito bem e, aliás, recomenda-se.
         O que podemos apreender destes dados? Que há muito tema a explorar no âmbito musical. Estes dados vieram de alguma forma reavivar a memória dos portugueses e a imprensa portuguesa despertou (finalmente) e já explora bastante outros conteúdos que não somente os ditos “comerciais”(bandas famosíssimas , escândalos  dos famosos _número um: Amy Whinehouse_ etc ) , os discos que mais venderam , etc. Há que arriscar noutro tipo de conteúdos.
         O vinil é um mercado de nichos, e ao que parece as suas vendas não vão nada mal... Se não arriscarmos em algo , nunca poderemos saber as suas consequências. E é neste contexto que surge este  blogue . No entanto , estamos convictos (pelo menos ,eu estou...) que o Som à Letra não é uma moda,  mas sim uma tendência para ficar.
         O “jornal” surge precisamente com o objectivo de fundir o novo com o velho (o vintage), isto é , compromete-se a focar o passado tendo em conta as repercussões futuras.
         Daí o investimento em matérias científicas onde a música se insere , os objectos que marcaram uma época (o “bolachão” por exemplo) e , bandas que marcaram uma geração , e os novos grupos/cantores, que vão permitir uma continuidade de todo o legado deixado pelos grandes nomes nacionais e internacionais.
         Com uma aposta no fotojornalismo e nas tendências gráficas do jornalismo actual (em contínua mutação) , o Som à Letra nasce com um compromisso  que se resume em  dois conceitos: Vintage e Vanguardismo.Um pouco à semelhança do programa que mantenho com a minha colega Daniela: o Retrovoltagens.

Irene Leite

Editorial (blogue, 2009)
Carta Inov-art

Teimosia Saudável

“A vida é um palco e nós somos os actores” diz (e muito bem) Willliam Shakespeare. De facto, a vida é demasiado curta para nos cingirmos a uma experiência profissional. Não. Há-que variar e sobretudo aprender com esses novos desafios. Sim, porque a vida tem muito para oferecer nos seus mais variados níveis (profissional e pessoal). No entanto , cabe a nós conduzi-la tendo em conta os nossos sonhos e ambições, sempre com cautela , de forma a que esses desejos não se tornem utópicos.
         Em época de crise  até sonhar torna-se complicado. Muitas vão ser as portas em que se vai bater e obter um não redondo , outros vão dizer que o trabalho é bom e que não se vão esquecer de nós (mas não fazem nada), outros pedem para mudarmos de profissão, já que somos ainda muito jovens, outros dizem que somos ansiosos e que temos de continuar a estudar porque (batendo sempre na ridicula tecla) ainda somos jovens. Em que ponto ficamos? Será que ser jovem impede-nos de trabalhar? Compreende-se que os profissionais mais maduros e experientes tenham receio dos erros cometidos em início do percurso profissional. Esquecem-se, contudo,  é que eles um dia também estiveram nesta situação.
         Por isso , tendo em conta este contexto complicado candidato-me aos estágios promovidos pelo Inov-art. Aprender, trabalhando é o que espero desta nova expriência, sempre fundindo com os conhecimentos teóricos adquiridos aquando da vida académica (que futuramente será retomada com um mestrado em Multimédia) . Porque , como diz Kurt Lewin, “nada há mais prático que uma boa teoria”.
       Quanto a projectos criativos em concreto tenho um ( que apresenta algumas ramificações, como um portfolio online_ acesaroqueedecesar.blogspot.com ) : o Som à Letra.  Mas o que é o Som à Letra? Trata-se de uma teimosia levada a cabo por uma Jornalista com muita vontade de aprender e sobretudo trabalhar (como tantos outros colegas de profissão). É um blogue (por enquanto) que pocura exercer jornalismo cultural ( com especial enfoque na música) através da elaboração de entrevistas, reportagens, artigos , etc. Um projecto em crescimento , que espera um dia abandonar o blogue e solidificar-se como uma marca independente. Um desejo dificil de realizar, mas não impossível.
         Podem chamar-me chata, ansiosa, sonhadora, iludida ou utópica (no pior dos cenários). Eu até nem discordo (pelo menos dos três primeiros) destes apelidos. Mas como estou a gostar cada vez de um discurso sintético , prefiro resumir estes adjectivos a duas palavras: Teimosia Saudável.

Irene Leite 


Comentários